A chefe da diplomacia europeia, Kaja Kallas, alertou esta segunda-feira, 14 de Abril os líderes europeus para não participarem nas celebrações militares do Dia da Vitória, em Moscovo, agendadas para 9 de Maio, apelando antes à demonstração de solidariedade com a Ucrânia, como confirma a nossa fonte.
De acordo com meios de comunicação russos, o governo do Presidente Vladimir Putin enviou convites para vários líderes internacionais, incluindo os chefes de Estado da China, Índia e Brasil, bem como da Eslováquia — um Estado-membro da União Europeia — e da Sérvia, país que aspira a integrar o bloco comunitário.
Após uma reunião de ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia, realizada em Luxemburgo, Kaja Kallas afirmou aos jornalistas que a participação nas celebrações em Moscovo seria mal recebida por Bruxelas.
Kallas acrescentou ainda que o bloco europeu espera que nenhum país candidato à adesão participe nos eventos comemorativos organizados por Putin.
As celebrações de 9 de Maio assinalam o 80.º aniversário da derrota da Alemanha nazi, uma vitória histórica na qual a antiga União Soviética desempenhou um papel fundamental. No entanto, Vladimir Putin tem tentado justificar a atual invasão da Ucrânia com o argumento, amplamente contestado, de que o objetivo é “livrar” o país de elementos nazis.
Ainda de acordo com o jornal Político, da Ucrânia, na sua edição europeia, Kiev está a convidar altos responsáveis e líderes da União Europeia a visitarem a capital ucraniana no mesmo dia, como forma de contrariar a narrativa russa e reforçar o apoio à Ucrânia, uma iniciativa também encorajada por Kaja Kallas, que apela a todos os Estados-membros e também aos representantes das instituições para visitarem Kyiv tanto quanto possível, para mostrar a sua solidariedade e que estão com a Ucrânia.
Sobre a presença dos líderes convidados pela Rússia, o gabinete do primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, já confirmou que este não estará presente na parada de Moscovo, enquanto o primeiro-ministro eslovaco, Robert Fico, tinha declarado em novembro de 2024 a sua intenção de participar nas celebrações.
Posições do bloco europeu a volta das celebrações do célebre Dia da Vitória, defendem igualmente que comemorar a vitória contra o nazismo na Rússia ‘não está de acordo’ com valores europeus, e a organização europeia está explicitamente pedindo aos seus países-candidatos para desprezarem as comemorações do Dia da Vitória em 9 de maio na Rússia., afirmou a ministra das Relações Exteriores da Letônia, Braze Baiba, nesta segunda-feira (14) aos repórteres.
Para a celebração do 80º aniversário do evento já foram convidados vários chefes de estado de de governo, destacadamente, Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva; Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro; Primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico;
Presidente da Sérvia, Aleksandar Vucic; Presidente do Cazaquistão, Kassym-Jomart Tokayev; Presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas;
O Presidente da China, Xi Jinping; Primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi; Presidente de Belarus, Alexander Lukashenko; Primeiro-ministro da Armênia, Nikol Pashinyan; Presidente do Tajiquistão, Emomali Rahmon; Presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel;
Presidente da República da Srpska (unidade federativa da Bósnia-Herzegóvina), Milorad Dodik; Secretário Geral do Comitê Central do Partido Comunista do Vietnã, Tho Lam, e o
Presidente interino de Burkina Faso, Ibrahim Traoré.
O Dia da Vitória é lembrado anualmente a 8 de maio, em homenagem à derrota e rendição da Alemanha nazista em 8 de maio de 1945, e comorado neste mês em diferentes datas e em vários países.