A Organização de Libertação do Sudoeste Africano, SWAPO, liderada pelo veterano Sam Nujoma, ombreou com a UNITA desde o primeiro momento: nascêramos do mesmo parto. De facto, não havia outra solução porque era tecnicamente impossível qualquer movimento de libertação lutar no Sudoeste Africano sem ter Angola como background. Havia, por isso, um comando unificado no Cuando-Cubango onde se discutiam as questões estratégicas, técnicas, operacionais, cuja tónica dominante era a penetração no Sudoeste Africano.
A nossa cooperação com a SWAPO data, mais concretamente, dos anos de 1965 e 1966; foi nestes anos que a UNITA lançou a primeira pedra para a sua edificação e se constituiu em partido politico. Isso explica por que, historicamente, é impossível dissociar a luta da SWAPO da luta da UNITA. E não seria possível a SWAPO levar avante os seus propósitos sem o nosso apoio.
A nossa cooperação com a SWAPO assentava no princípio de vantagens mútuas. Devemos a esta organização política a nossa ida à China, onde efectuámos os treinos que nos permitiram, da melhor maneira, fazer frente ao regime colonial; devemos também à SWAPO o apoio militar e logístico que foi, em várias vezes circunstâncias, vital para a nossa luta e mesmo para a nossa sobrevivência. Eles receberam o nosso apoio na retaguarda: muitos dos nossos homens perderam as suas vidas pela SWAPO. As experiências que acumulamos, no terreno, foram decisivas para eles e para nós. Inclusivamente, o Brigadeiro português Macedo, que dirigiu o comando distrital leste, chegou ao ponto de admitir, publicamente, o potencial de fogo das FALA, a partir de 1969. E isso, não posso negar, foi graças ao armamento disponibilizado pela SWAPO.
HONRA E GLÓRIA A MEMÓRIA DO PRESIDENTE SAM NUJOMA.
Por: José Samuel Chiwale, In Cruzei-me Com a História.