REFLEXÃO

adaberto costa junior opiniao

REFLEXÃO | Imagine uma Angola onde ninguém é tão rico que se ache dono do país, nem tão pobre que precise se humilhar para conseguir comer ou tratar da saúde. Esse era o sonho de Rousseau, um filósofo do século XVIII, mas continua a ser um grito de justiça que ressoa até hoje entre nós.

Rousseau dizia que a verdadeira igualdade não é apenas aquela escrita na Constituição, dizendo que “todos são iguais perante a lei”. A verdadeira igualdade exige que nenhum cidadão tenha tanto poder que possa comprar consciências, nem tamanha carência que aceite ser comprado.
Na nossa realidade angolana, ainda vemos o dinheiro calar a verdade e a fome silenciar milhões. Vemos crianças fora da escola, jovens sem oportunidades, e bairros onde os direitos básicos nunca chegaram. E, no entanto, a promessa da independência era de um país para todos.
É por isso que Rousseau continua actual: porque ele nos lembra que a desigualdade não é natural, é fabricada por um sistema que protege os privilegiados e abandona os esquecidos. E cabe a nós, povo, exigir que a lei, a política e os governantes trabalhem para reequilibrar essa balança.
Igualdade em Angola não significa que todos tenham o mesmo carro ou a mesma casa. Significa que ninguém precise vender a sua alma por um prato de comida. Que todas as vozes sejam ouvidas e todas as vidas, respeitadas.

Compartilhe.

Facebook
X
WhatsApp