É impossível descrever, em poucas linhas, a grandiosidade de um combatente da liberdade como o General de Exército Altino Bango Sapalalo – Bock, como era carinhosamente chamado. No entanto, direi apenas o essencial: foi um homem de coração gigante, alegre, inteligente, visionário, trabalhador, perfeccionista, exigente, proactivo, protector e um excelente chefe de família – um verdadeiro pai, mesmo para aqueles que não eram seus filhos biológicos. A sua casa esteve sempre repleta de pessoas, entre familiares e amigos.
Em 1982, quando deixei definitivamente o Delta, onde vivia com a minha saudosa avó, fui morar por um longo período na sua residência, na Jamba. Anos depois, já vivendo com os meus pais, passei as férias grandes de 1984 novamente em sua casa, no Likuwa Velho.
O General Bock foi, sem dúvida, um homem excepcional, cheio de virtudes e dinamismo, e apaixonado por futebol. Na Jamba, era adepto fervoroso da Estrela Vermelha. Nos confrontos contra a Estrela Negra, que aconteciam em datas comemorativas, deixava a tribuna de honra durante o intervalo para ir ao balneário motivar os jogadores, impulsionando a equipa. No entanto, quando estava na sua base, Likuwa – a segunda maior da guerrilha depois da Jamba –, torcia pela equipa que ele próprio criou: o Primeiro de Maio – equipa dos trabalhadores da Direcção Geral de Logística de Guerra (DGLOG), onde brilhava o grande ponta-de-lança, Kayeye.
Enfim… Que a sua alma descanse em paz!
Luanda, 21 de Fevereiro de 2025
Gerson Prata