África, um continente abençoado com riquezas naturais incomensuráveis, mas traído por lideranças que, em vez de colocarem o povo no centro das suas acções, multiplicam-se em interesses próprios e em práticas que perpetuam a exclusão.
Fomos bafejados pela mão de Deus com abundância, mas essa riqueza, em vez de ser instrumento de progresso, tem sido a raiz de muitos dos nossos males. A sua má gestão alimenta a desigualdade, corrompe instituições e mata a esperança de milhões.
Hoje, assistimos com pesar à inversão da vontade popular através de golpes constitucionais que servem de escada para golpes militares. A democracia é manipulada, o voto é subvertido, e os direitos fundamentais continuam a ser uma miragem para milhões de africanos.
Mas não perdemos a fé. Acreditamos que, com vontade política genuína, com união entre os filhos e filhas desta grande mãe chamada África, é possível romper com este ciclo de decadência. É possível construir uma nova ordem, mais justa, mais livre, mais humana.
Neste Dia de África, acreditamos que, com vontade política verdadeira e conjugada, com mais união entre os povos e lideranças éticas e visionárias, chegaremos ao destino comum que tanto desejamos. Uma África livre, próspera, democrática e justa, como sonharam Kwame Nkrumah, Amílcar Cabral, Patrice Lumumba, Holden Roberto,Jonas Savimbi, Agostinho Neto, e tantos outros pan-africanistas que ousaram sonhar alto.
Luanda, 25 de Maio de 2025.
Adalberto Costa Júnior
Presidente da UNITA