Angola assinala 50 anos da assinatura dos acordos de Alvor

Acordos de Alvor de 1975

O país assinala hoje, 15 de Janeiro de 2025, 50 anos da assinatura dos acordos de Alvor entre os três movimentos de libertação – a FNLA, o MPLA e a UNITA e o governo português, ocorridos de 10 a 15 de Janeiro de 1975, em Algarve Portugal, que dentre outros pontos marcaram a data da proclamação da independência nacional para 11 de Novembro do mesmo ano, que seriam precedidas por eleições gerais a 15 de Outubro e o Presidente do partido vencedor proclamaria a independência do país.

No encontro as quatro delegações acordaram também a criação de um governo de transição que seria constituído pelas quatro partes – a FNLA, o MPLA e a UNITA, incluindo o Presidente da República de Portugal sob mediação do Alto Comissário de Portugal, António de Oliveira Salazar, que governariam o país até a realização das eleições.

Em Alvor estiveram como representantes do povo e dos movimentos de libertação os seus líderes nomeadamente Holden Roberto pela FNLA, Agostinho Neto pelo MPLA e Jonas Savimbi pela UNITA.

No seu discurso após as assinaturas dos acordos, António Agostinho Neto, Presidente do MPLA, falando em nome de outro dois movimentos de libertação, reafirmou entre outros pontos, o desejo do povo angolano e a sua determinação defender por todos os meios as vitórias adquiridas pelo povo e de cooperar com Portugal à base dos princípios justos, de respeito mútuo, não ingerência e reciprocidade de vantagens.

O Presidente da UNITA, Jonas Savimbi, principal promotor das união dos três movimentos de libertação e consequentemente da realização da cimeira, organizou uma conferência de imprensa onde manifestou a satisfação pelos resultados dos acordos, por considerar que, até Novembro ninguém acreditava que os movimentos de libertação podiam encontrar tão rapidamente uma plataforma comum para poderem negociar com o governo português, considerando também que, o governo de transição seria um instrumento nas mãos dos angolanos, para poderem operar eles mesmos a descolonização.

Por parte do país colonizador, Francisco António Gomes,  Presidente de Portugal, defendeu que no corrente mês (Janeiro de 1975) entraria no poder um governo de transição, e que das eleições surgiriam uma Assembleia Constituinte que elegeria o primeiro Presidente da República de Angola, representante legal e legítimo, da vontade superior dos povos de um novo país; em 11 de Novembro de 1975, o estado português transmitiria a esta autoridade incontestável, todos os soberanos poderes de uma Angola totalmente independente.

Porém, os acordos viriam a ser violados com a expulsão da FNLA e a UNITA das cidades pelo MPLA com ajuda dos portugueses e as tropas cubanas e russas, e consequente proclamação unilateral da independência, pelo Presidente do MPLA, Agostinho Neto, mergulhando o país numa guerra civil.

Compartilhe

Publicite aqui

Categorias